sábado, 14 de maio de 2011

Ficha de trabalho

Este trabalho destina-se aos alunos com PLANO DE RECUPERAÇÃO

Deve ser entregue:

Turma 9ºB até dia 23 de Maio

Turma 9ºD até dia 23 de Maio

Turma 9ºF até dia 24 de Maio


Lê o seguinte texto de Miguel Torga, com a tenção, e responde assinalando em cada pergunta a alínea correcta, segundo o sentido do texto.


O Charlatão

O sítio deles era à entrada da ponte, no Largo Velho.
- Ora aqui temos nós a última descoberta científica do século!
Falava de cima de uma cadeira, em pé, ao lado de uma mesa, sobre a qual estava um grande baú aberto. Passeava-lhe um rato branco pêlos ombros, e era impossível fugir à magia daquela enorme cabeleira, que lhe coroava uma bela fronte de lutador. Só vinha na feira dos vinte e três. Armava a tenda logo pela manhã, e daí a nada já tinha freguesia a beber-lhe as palavras. A sua voz era sugestiva, funda, com quantos tons eram precisos para encantar homens de todas as terras e de todas as raças.
- Façam favor de ver...
E só quem era cego é que não via.
- Vou agora contar-lhes uma anedota.
Os que já faziam parte da roda arrebitavam as orelhas, os que iam no seu caminho paravam e ficavam maravilhados a ouvir. No fim, todos se riam, que a coisa tinha, na verdade, graça.
- Vou agora mostrar a V. Exas. a autêntica víbora da felicidade!
"Excelências"?! Estava a brincar, ou a falar a sério? Mas ao fim e ao cabo, quem é que não gosta, uma vez na vida, de ser tratado por "excelência"? E um, de Almalaguês, perdeu a cabeça e lá comprou aquele "talismã da felicidade" por cinco escudos.
- Bem burro! - não se conteve uma criada. Mas estava era com pena de o não ter comprado ela.
Já nova maravilha saía das profundezas do baú.
- Sarna, eczema, impigens, lepra, furúnculos, tudo quanto uma pele humana possa conceber, é enquanto o demónio esfrega um olho! Vejam: pega-se na ulceração, um bocadinho de pomada em cima, ao de leve e pouco, que é para poupar, e não se pensa mais nisso! Cinco tostões apenas! Só a caixa vale quinze! Aproveitem, que numa drogaria custa-lhes dois escudos!

Miguel Torga, Rua (texto com supressões)




1. A palavra charlatão, aplicada a certo tipo de indivíduos, significa que eles:

a) procuram convencer o público, exagerando a qualidade dos seus produtos.
b) andam pelas feiras para divertir o público.
c) entusiasmam o público pelos profundos conhecimentos que revelam.
d) actuam junto do público para o ensinar a falar bem.


2. Pela leitura do primeiro parágrafo do texto, podemos concluir que o charlatão:

a) fazia grande negócio junto da ponte.
b) gostava de passear junto da ponte.
c) se estabelecia sempre à entrada da ponte.
d) possuía um terreno situado junto da ponte.


3. Ao anunciar a "última descoberta científica do século", o charlatão referia-se a:

a) um artigo que tinha para vender.
b) uma última invenção de um cientista.
c) uma descoberta científica do último século.
d) um medicamento raro e inédito.


4. O sinal de pontuação que remata o 2º parágrafo tem a função de:

a) marcar o tom exclamativo da frase.
b) deixar a afirmação em suspenso.
c) exprimir a admiração do charlatão pêlos fregueses.
d) conferir ironia à frase.


5. O charlatão estava em cima de uma cadeira. Tinha saltado para lá:

a) para melhor abranger o seu auditório.
b) porque queria parecer mais alto.
c) com medo de um rato que lhe saltou para os ombros.
d) a fim de melhor observar e ter acesso ao conteúdo do baú.


6. O rato branco que passeava sobre os ombros do charlatão destinava-se a:

a) atrair a atenção dos clientes.
b) ser cobaia de experiências com os produtos vendidos.
c) divertir o charlatão.
d) ser vendido.


7. Pela leitura das linhas 4 e 5 do texto, ficamos a saber que o charlatão usava uma longa cabeleira. Esta despertava nos clientes:

a) uma certa repugnância. c) um irresistível interesse.
b) um grande terror. d) vontade de rir.


8. Falando do charlatão, o narrador refere-se à sua "bela fronte de lutador". Este traço fisionómico dá-nos a entender que o charlatão tinha um ar de:

a) homem desiludido. c) homem orgulhoso.
b) homem cansado de lutar. d) homem enérgico e decidido.


9. Na linha 5, ficamos a saber que o charlatão só vinha "na feira dos vinte e três". Isso significa que o charlatão à feira:

a) de 23 em 23 anos. b) que se realizava no dia 23 de cada mês.

c) que se realizava de 23 em 23 semanas. d) que se realizava de 23 em 23 dias


10. Mal armava a tenda, o charlatão "já tinha a freguesia a beber-lhe as palavras...". Entende-se que os fregueses:

a) estavam cheios de sede. b) estavam desejosos de tomar os remédios anunciados.

c) eram convidados a beber alguma coisa. d) o ouviam com atenção e avidez.


11. Ao ouvirem a anedota que o charlatão contava, "... os que já faziam parte da roda arrebitavam as orelhas ..." (linha 12). A expressão sublinhada significa que as pessoas:

a) tapavam os ouvidos, porque ele falava muito alto.
b) punham as mãos em concha nas orelhas, para melhor o ouvirem.
c) prestavam muita atenção à anedota.
d) não davam ouvidos às suas palavras.


12. Os fregueses interessavam-se pelo que dizia o charlatão, porque:

a) queriam aprender com ele a tratar doenças graves.
b) ele curava todas as doenças.
c) ele respondia a todas as perguntas.
d) o seu discurso era sedutor.


13. Ao dizer "Os que já faziam parte da roda...", o narrador dá-nos a entender que os clientes estavam:

a) amontoados à frente do charlatão.
b) à volta do charlatão.
c) espalhados pelo espaço circular da feira.
d) à volta da feira.


14. O charlatão tratava os seus clientes por "Excelências", porque:

a) era esse o tratamento habitual naquela terra.
b) tinha interesse em mostrar-se simpático e cortês.
c) os considerava pessoas muito importantes.
d) queria troçar deles.


15. As pessoas, ao ouvirem tal forma de tratamento, sentiam-se:

a) ofendidas. c) irritadas.
b) envergonhadas. d) lisonjeadas.


16. Um dos fregueses "perdeu a cabeça". Por esta expressão, podemos concluir que esse freguês:

a) se entusiasmou e comprou o produto.
b) se irritou e não comprou o produto.
c) perdeu os sentidos.
d) ficou surpreendido.


17. A criada que estava ao lado, ao vê-lo comprar "o talismã da felicidade", exclamou: "Bem bur-ro!" A intenção dela era:

a) fazer com que o freguês não comprasse o produto.
b) chamar "burro" ao charlatão.
c) desdenhar querendo comprar.
d) mostrar que não acreditava na felicidade.


18. Quando utilizou a expressão "enquanto o demónio esfrega um olho!", o charlatão referia-se à:

a) rapidez com que se aplicavam os remédios.
b) rapidez com que ele tirava os remédios do baú.
c) rapidez com que os remédios curavam os males.
d) rapidez com que os remédios curavam os olhos.


19. Dizia o charlatão que, "para poupar pomada", se devia aplicar uma leve camada sobre a ferida. Dava este conselho, porque:

a) pretendia aliciar o público e suscitar maior interesse pela compra.
b) tinha pouca pomada para vender.
c) não queria que os fregueses fizessem economias.
d) não queria prejudicar os clientes.


20. Ao comparar os seus preços com os da drogaria, o charlatão pretendia:

a) lembrar que esses produtos se vendiam na drogaria.
b) mostrar que a sua pomada custava tanto como a da drogaria.
c) evidenciar o baixo preço dos seus produtos.
d) fazer má propaganda das drogarias.

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